terça-feira, 16 de abril de 2013

HISTÓRIA DO DIREITO CANÔNICO II


Pe. Santana    

 

                        HISTÓRIA DO DIREITO CANÔNICO

 

 

            1. A história é a melhor mestra que temos, ela não se repete, mas ensina. Vivemos uma grande perseguição por intolerância nos princípios da Igreja, mas também a Igreja criou uma grande intolerância contra os judeus nos guetos a partir da Idade Média.

           

            2. Fonte é de onde algo procede, segundo a etimologia da palavra. O nosso direito tem os lugares de onde procede. O que chamamos de fonte canônica é a origem das normas eclesiásticas.

           

3. Podemos estudar estas fontes como ou sobre sua razão de existir e porque elas existem, que é o que no direito se chama fontes de ser ou as fontes constitutivas ou fontes materiais.

           

4. Aqui devemos tomar cuidado para que não haja um endeusamento da autoridade legislativa porque a autoridade legisladora é a própria razão de ser da fonte.

           

5. A razão de existir mesmo que seja para fazer uma adaptação, é a vontade do legislador, que determina a existência ou não da norma.

           

            6. As fontes também podem ser entendidas como acervo, coleções que são chamadas de fontes de conhecimento, de notícias, de forma.

           

7. O Vaticano II é fonte específica para o CIC/83. O CIC/17 não criou direito novo, apenas compilou o velho. O CIC/83 criou direito novo. Essas fontes têm uma divisão.

 

                       

 

DIVISÃO OU CLASSIFICAÇÃO DAS FONTES

 

            8. Quanto à origem e destinatário.

 

            1. - Quanto ao legislador, são só duas

            -direito divino

            -direito humano

            9. Para nós, a fonte do direito divino é a Revelação. O revelador é o próprio Deus pessoalmente ou através dos hagiógrafos (escritores sagrados).

 

10. Pessoalmente por ele próprio ou somente por Jesus Cristo. A Revelação pública se encerra com a morte do último apóstolo.

           

11. A fonte do direito humano é a vida da sociedade eclesiástica e/ou civil.

 

           

            12. Quanto à obrigatoriedade, ela pode ser de direito comum ou direito singular, e aqui no sentido de que trata do assunto que obriga a todos ou obriga em algumas condições.

 

            13. Quanto ao método de composição das coleções são duas possibilidades:

            -cronológicas, elaboradas na seqüência do surgimento ou das datas de publicação.

            -sistemáticas, quando elaboradas por temas.

 

             14.Quanto à confiabilidade elas podem ser:

            -genuínas ou seja, temos a certeza de que elas são provenientes de quem tem autoridade para publicá-las ou assumidas por ela.

            -falsas ou pseudo-epígrafas, o autor não é certo mas é atribuída a quem tem autoridade. Ex.: livro do Profeta Isaías – Sagrada Escritura.

            -espúrias ou apócrifas, aqui estão às aberrações que quando se olha o conjunto, percebe-se que não têm sentido, são fruto da imaginação.

 

 

            GRAUS DE AUTENTICIDADE DAS FONTES

 

            15.Temos quatro graus para classificar a autenticidade das fontes:

            1)-O Legislador acolhe e promulga como própria uma “coleção”, e aí temos certeza de que aquela coleção é autêntica. No caso de Bonifácio VIII, as Extravagantes, etc.

            2)-O Legislador declara autêntica uma coleção existente. O decreto de Graciano, as Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia de 1707, etc.

            3)-O Legislador declara autêntica uma coleção existente ou parte, tratando-se de um trabalho particular. Ex.: decreto de Graciano – não foi encomendado por nenhuma autoridade mas foi assumido.

            4)-A autoridade declara que uma coleção foi feita sob seus auspícios, ou seja, a autoridade assume que pediu a alguém para fazer o trabalho.

 

 

            FONTES FUNDAMENTAIS DO DIREITO CANÔNICO

 

            16. A primeira fonte fundamental é Jesus Cristo e se a fonte primeira é Jesus Cristo, podemos dizer que a fonte primeira é a palavra, “... no princípio era o verbo...”.

 

17.Baseados na teologia de João, podemos dizer que Jesus Cristo é a própria palavra encarnada e essa palavra encarnada é o fundador da Igreja, raiz última das leis da Igreja.

            18.A Escritura para nós cristãos, comporta dois tempos: o AT e o NT.

            O autor do AT é Deus.

           

            19. No NT, inicialmente o autor é o Filho.

            Em ambos (AT e NT) sob a ação do Espírito do Senhor.

           

20. No AT se encontra – Espírito do Senhor.

            No NT é que já se fala de Espírito Santo.

           

21. Nós já entendemos o Espírito do Senhor como o Espírito Santo.

            Aqui temos a primeira fonte para o direito canônico – A Escritura.

           

22.Temos outra fonte tão importante quanto esta, que é a Tradição.

            Aqui encontramos fontes para a pastoral, para o dogma e para o direito:

            -pastoral – “... que eu não perca nenhum...”

           

23. A Escritura é o primeiro código de leis que não pode ser mudado.

           

24.A Tradição é a transmissão inicialmente oral de verdades de fé. Essa transmissão é inicialmente apostólica.

 

25. Algumas coisas acabaram sendo colocadas por escrito – uma carta aos Coríntios – “... aquilo que recebi transmito a vocês...”. Muita da Tradição contudo, continuou vindo oralmente até ser fixado por escrito, sem ter constado da Escritura.

           

26.A “Dei Verbum” fala sobre a Tradição no n.8.

            Essas duas são as fontes primárias do Direito Canônico: Sagrada Escritura e Tradição.

 

            OUTRAS FONTES ANTIGAS

            27. Direito Romano – não se pode esquecer que a Igreja começa a se organizar dentro de uma estrutura que já existia, o direito romano.

 

28. A Igreja assume principalmente no que o direito da Igreja não tinha nada escrito, principalmente na área do direito privado.

 

            29. Direito Germânico – embora nesse direito o desenvolvimento tenha sido mais tardio, porque era mais baseado nos costumes.Com menor importância, porque menor era o seu desenvolvimento.

 

            30. Teologia – enquanto ciência de reflexão sobre as verdades da fé acaba fornecendo elementos para a prática pastoral que serão depois assumidos no corpo jurídico da Igreja.

 

31. A palavra de Jesus no código é simples: “o que Deus uniu, o homem não separe” – tinha toda a influência do costume judaico. Não se criou nada de novo, só se explicou o que Jesus disse em matéria de direito matrimonial.

 

            32.Liturgia – o CIC no c. 2 fala que não legisla sobre liturgia, a não ser se necessário, mas todas as instruções gerais dos rituais são normativas, portanto, direito. 33.Principalmente na sacramentaria a liturgia é fundamental. A liturgia existe desde o primeiro dia de vida da Igreja, é celebração comunitária.

 

            34. Documentos antigos (menos comuns), de origem eclesiástica, alguns genuínos, alguns espúrios, porém trazem matéria genuína.


            OUTRAS FONTES ANTIGAS DENTRO DA REALIDADE DA IGREJA

 
            35. Nos primeiros tempos o que era conhecido era o judaísmo e o cristianismo era considerado uma seita dentro do judaísmo.l

           

36. No ano 61 o Imperador Cláudio publicou um edito expulsando os judeus de Roma e pela primeira vez os cristãos vão pagar por terem uma origem judaica e esse edito alcançou também os cristãos.

37.A primeira perseguição de que se tem notícia é sob o império de Nero, especificamente aos cristãos, como perseguição sistemática. Antes disso, existiam apenas casos isolados.

           

38.O que se tem com certeza é que de Setílio Severo até Diocleciano surgem leis específicas para punição dos cristãos, de 193 até 305, agora já por causa da fé e por isso foi conhecido como era dos mártires.

           

 
39. Dentro desse quadro começam a surgir os primeiros documentos fora da escritura :


40.1)Didaqué ou “ Doutrina dos Doze Apóstolos, este é o primeiro documento e sua datação não é certa, podendo ser do final do século I ao início do século III.

 

41. Nada mais é do que uma catequese não para a comunidade mas para os catecúmenos, mas que não traz só doutrina, trazendo regras sobre liturgia, sobre sacramentos e sobre hierarquia.

           

 

42.)2)Logo depois do didaqué temos outra obra que é a Didascalia ou “Ensinamento dos Apóstolos” ,também da primeira metade do século III da Palestina ou da Europa do Leste.

 

43. A primeira pretensão dela era a compilação do concílio apostólico do ano 49/50 e trata da disciplina nas comunidades, direitos mas principalmente deveres de cada função, atendimento aos pobres, às crianças, liturgia, perdão dos pecados, jejum e tratamento dado aos hereges, abandono do ritual judaico.

            44.Cânones Eclesiásticos dos Santos Apóstolos – o local exato não se sabe, mas é do final do século II e início do século III na Síria ou Egito.

 

45. Aqui há uma característica: cada regra é atribuída a um apóstolo. Reproduz a “Didascalia”, mas já com coisas próprias; regras para eleição e ordenação dos bispos, dos presbíteros; regras sobre os deveres do clero; regras sobre as diaconisas, as viúvas, os leigos, a participação das mulheres no culto.

 

46.Um outro documento que acaba se transformando em fonte é as Constituições Apostólicas (Diatagái ou Diactézis ton Apostólon) cujo autor é desconhecido, mas é provavelmente da Palestina ou de Antioquia e atribuída a São Clemente, mas esta atribuição é fictícia.

 

47.Ela tem origem em três documentos básicos: a Didaqué, a Didascalia e a Traditio de Santo Hipólito.

           

48. Assuntos abordados:

            -liturgia Clementina

            -normas relativas ao clero

            -dias de festa

            -bens eclesiásticos

            -ordenações   

           

49. Ele tem um apêndice chamado os “Cânones dos Apóstolos”. O maior problema são as heresias cristológicas que se encontram nessa obra.

 

            50. Cânones dos Apóstolos – são 85 cânones de autor desconhecido, sendo desconhecidas também a época, a origem e o lugar da redação e o interessante é que isto gozou de autoridade muito grande, durante muito tempo.

 

51. A fonte imediata seria as “Constituições dos Apóstolos ou Apostólicas”, e traz cânones dos quatro primeiros Concílios: I de Nicéia – 324, I Constantinopla – 381, Éfeso – 431 e Calcedônia – 451, portanto, do século V.

           

52. Nicéia – Deus verdadeiro/homem verdadeiro

            Constantinopla – divindade do Espírito Santo

            Éfeso – maternidade de Maria

            Calcedônia – questão das duas naturezas, definição da relação entre as duas naturezas.

           

53. Assuntos:

            -qualidades requeridas para os clérigos

            -delitos e penas

           

 

54. Essa obras foram condenadas pelo papa Gelasio porque ele considerava os cânones apócrifos e isso ocorreu no século V.

 

55. Por outro lado, ela goza de grande autoridade nas Igrejas do Oriente. Foram acolhidos na “Coleção Dionisiana”  e também nas “Pseudo-isidorianas”  e nas “Decretais de Gregório IX”.

 

            56. Traditio Apostólica – “Santo Hipólito de Roma”. A época é de 197 a 218 e se foi realmente de Sto.Hipólito, foi originalmente em grego ou numa tradução em latim do século IV. Esse documento apresenta-se como guardião da doutrina dos apóstolos.

           

57.Assuntos de que trata:

            -ritos para a ordenação dos diversos graus da ordem e ela prescreve um ritual para cada grau da ordem, como temos hoje.

            -iniciação cristã – nesse período a iniciação era para catecúmenos adultos

            -tempos litúrgicos

            -Eucaristia

            -preces e temas de ascese(de reflexão)

           

58. De todos os documentos, é o mais valorizado no Ocidente em relação ao Direito Canônico. Tem um formato grego, mas não tem no Oriente tanto peso quanto tem no Ocidente.

 

            59.Dependentes de Sto.Hipólito – são atribuídos a Sto.Hipólito mas não tem nada a ver com ele, os “Cânones de Hipólito”  e a certeza que se tem é que o autor conhecia a “Traditio”  e as “Constituições Apostólicas”.

 

60. Outro baseado também na tradição apostólica é o “Testamento de Nosso Senhor Jesus Cristo” – obra herética, porém com várias regras para a hierarquia.

 

            61. Outras coleções da época: “Octateuco de S.Clemente”, os “Doze cânones copto-árabes”, as “Duas coleções de cânones penitenciais dos apóstolos”, os “Nove cânones do Sínodo Antioqueno dos Apóstolos”.

 

                                  

            COLEÇÕES ANTIGAS ATÉ A RENASCENÇA CAROLÍNGIA

 

            62. Em 313 temos o Edito de Milão que instituiu a liberdade de culto para os cristãos, é a Paz Constantiniana.

           

63. Em 380 com Teodósio o Grande, o Cristianismo se torna a religião oficial do Império e os cultos pagãos se tornam fora da lei e com isto, tornando-se religião oficial, aumentam os privilégios da Igreja e também é exigida uma maior fidelidade da Igreja para com o Império.

           

64.Um novo fator vai também influenciar, que é a transferência da capital, de Roma para Bizâncio, futura Constantinopla.

           

65.A Igreja não pode mais ignorar o direito romano e surge a associação da Igreja com o Império e a Igreja aproveita do direito romano as organizações e a terminologia: diocese, províncias, cúria, e o próprio termo ordenar, que significa no direito romano, investir numa função.

            66. Essa situação vai até o século V quando acontece um aumento das migrações bárbaras para dentro das fronteiras do Império.

 

67. Os bárbaros tinham também suas leis, com um direito mais consuetudinário que escrito e isto é mais um ponto de influência, principalmente do direito germânico.

           

68. Processo da conversão dos bárbaros começa por duas formas: ou por evangelização da tribo através de missionários, ou pelo batismo do chefe, que depois convencia a tribo a se batizar também.

69. Esses bárbaros encontram uma Igreja organizada e pronta ou por direito próprio ou pelo direito romano naquilo que ela havia assumido como seu,

 

70. Por outro lado, trazem para essa Igreja os seus elementos (a raiz última do feudalismo, está no direito germânico).

            71. Começa a divisão entre Igreja do Ocidente e Igreja do Oriente. Acácio, o Patriarca de Constantinopla preconizou (propagar, divulgar) no período de 484 a 519; Fócio a declarou em 867 e Celulário a consumou em 1053.

           

72. Essa situação faz com que a Igreja perca muito, porque em matéria de direito canônico o Oriente estava mais adiantado e o desnível era muito grande. Com isso surgiram coleções no Oriente que acabaram sendo assumidas pelo Ocidente.

 

                                  

COLEÇÕES ORIENTAIS

 

            73. A mais famosa coleção do Oriente é a “ Syntagona Canonum”, ela não só valia para a Igreja do Oriente, como também é assumida pela Igreja do Ocidente e é a primeira vez que um corpo jurídico vale para as duas Igrejas do Império e ela mantém essa importância por vários séculos e é citada em várias conclusões conciliares e sinodais. A Igreja do Oriente é tipicamente sinodal.

 

            74. Depois dessa temos a Coleção “ Trulana” (Trulana era uma sala do Palácio Imperial onde se realizou o Concílio).

 

75. Ela traz uma coletânea bastante ampla porque traz os Cânones dos Apóstolos, os quatro primeiros Concílios Ecumênicos : Nicéia I, Constantinopla I, Éfeso e Calcedônia; e também alguns concílios locais como Cartago, Antioquia, Ancara etc; e também a Regra dos Doze Padres Orientais e as Regras de São Cipriano.

 

            76. Existem mais três fontes antigas conhecidas como os 30 Títulos, os 50 Títulos e os 14 Títulos, que comporiam o Nomocânones e o autor último seria o Imperador de Bizâncio.

 

77. Nomocânones são leis civis para o campo eclesiástico e são dadas por uma autoridade civil, mas para a Igreja.

 

                                               COLEÇÕES OCIDENTAIS

           

 

78. No mesmo período – a partir do século IV – nós temos em Roma o início das compilações.

 

79. Os incentivadores eram os próprios Sumos Pontífices – proximidade entre eles e os juristas. Roma passa a tratar de assuntos quem interessam à Igreja Universal.

           

80. O exercício do primado principalmente nos primeiros séculos, se dava quando a disciplina geral exigia, e nas controvérsias.

 

81.O papel dos Bispos era muito acentuado; principalmente de uma província ou províncias vizinhas.

           

82. A partir do século IV começou esse exercício de transferência do papel dos Bispos para o Bispo de Roma e exemplo disso são os processos de beatificação quando o Papa não declarava os santos, mas os Bispos.

           

83. Até chegar ao Vaticano I, com a definição da infalibilidade – com uma compreensão equivocada – todos os poderes passaram para o Papa e passa a haver uma centralização.

           

84. Em Roma encontramos três papas importantes nesse período – século IV : Gelásio I, Hormisdas e Zózimo I.

           

85.Na cidade de Roma encontramos os Cânones dos Concílios de Nicéia I e de Sárdica – Concilio Regional também legislava.

           

86. Encontramos várias coleções : “Vetus Romana”, “Paráfrase de Rufino”, “Hispana-Isidoriana”, “Cânones Urbicani”, etc.

 

           

            87.Coleções Dionisiana – esta é o ponto de referência da Igreja do Ocidente.

           

88. Autor : Dionísio, o pequeno que nasceu no século V, na Armênia. Talvez o seu trabalho mais famoso seja o cômputo do tempo – ano zero.

 

89. Houve erro no ano em que Jesus nasceu, mas ficou , pois este usou o calendário dos Cônsules Romanos – erro entre 4 a 7 anos.

           

90.Transferido para Roma sob o pontificado de Gelásio I – Transferido de Constantinopla para Roma.

           

91. Nesse trabalho vai-se fazendo uma coleção que tem três versões iniciais:

            A primeira em latim – ensaio – traz índice, rubricas e conclusões dos concílios – aqui os padres começaram a escrever em Latim e não mais em Grego.

92. Conclusão dos Concílios: *Nicéia – 324, Ancira-314, Neocesaréia – 314-325, Antioquia – 341, Laodicéia- 343-381, Sárdica – 343-344, Gangra – 360-380, *Constantinopla – 381, Cartago- 419 e *Calcedônia – 451.

           

93.Os que estão com * são os concílios ecumênicos, os outros são concílios regionais.

           

94. A segunda, estimada como a definitiva, continha índice dos textos, os 50 Cânones dos Apóstolos e os Concílios de Nicéia, Ancira, Gangra, Constantinopla, Sárdica, Calcedônia, Concílios  Africanos.

           

95. A terceira, bilíngüe – com texto latino ao lado do texto grego – faltam os 50 Cânones dos Apóstolos, as conclusões do Concílio de Sárdica e as conclusões dos Concílios Africanos, porque o autor não acreditava na não aceitação universal.


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96. Coleção Dionisiana –Ela é completada por um autor anônimo e disposta cronologicamente em capítulos e com divisões por assunto.

 

97.A intenção é que formasse um “Corpus”  de direito canônico, dividido em dois: “Canonum”  e  “Decretalium”.

 

98. Do “Canonum”  constavam cânones dos Concílios e Sínodos e do “Decretalium”, as decretais. Ficou conhecida como “Codex Canonum”  ou “Corpus Canonum”  ou “Collectio Dyonisiana”.

           

99. Tem algumas características:

            -a sistematização

            -a praticidade no manuseio.

           

100. Tornou-se o ordenamento jurídico semi-oficial da Igreja, principalmente pelo uso pelos sumo-pontífices que a usavam como se fosse o corpo jurídico da Igreja.

 

101. Foi à grande coleção que influenciou até o século XIII.

            Ela dá origem a várias outras coleções.

           

101. No Ocidente, além dela, existiram outras várias coleções, mais em forma de compilações do que reflexões sobre o direito.

 

            102. OUTRAS COLEÇÕES OCIDENTAIS:

            -Quesnelliana – “Codex Ecclesiæ Romanæ” – quem a encontrou foi Pascal Quesnel, um frade.

           

103. -Freising – na Alemanha.

            -“Samblas”, “Vaticana” e “Teatina”.

           

104. Existiam também as Coleções Africanas:

            -“Breviarium Hipponensis”

            -“Coleção do Concílio Cartaginense XVIII – 33 cânones

·         Conclusão dos concílios africanos

·         Concílio de Nicéia I

-“Corpus Canonum Africanum”

 

105. -“Breviatio Canonum”  com 232 capítulos gregos e africanos.

·         Bispos

·         Presbíteros

·         Diáconos

·         Clérigos em geral                   Assuntos

·         Concílios

·         Delitos eclesiásticos

·         Batismo

·         Quaresma                             

 

106. Além da África, a Ibéria também teve uma grande produção que vai influenciar o direito canônico por muitos séculos.

 

           

COLEÇÕES IBÉRICAS (Península Ibérica, Sul da França, Ilhas Canárias...)

           

 

107. Casamento entre o poder civil e o poder eclesiástico e na Espanha vamos encontrar três irmãos bispos : Leandro de Sevilha, Isidoro de Sevilha e Fulgêncio de Astige – os três espanhóis.

 

108. Nesse período, final do século VI e início do Século VII, tivemos um dos grandes papas da Idade Média – Gregório Magno – Gregório I.

           

109. A partir daqui com a colaboração entre o poder civil, que é a origem do Concílio de Toledo III, dele surgiu a Coleção “Hispana”  cujo principal personagem é Isidoro de Sevilha.

 

110. Uma grande característica dessa coleção é manter o universalismo do direito romano com as conclusões próprias para o tempo e aqui se pode falar em particularidades.

           

111. Essa coleção era dividida em duas partes:

            1.-A “Capitula Martini” – que era Bispo de Braga em Portugal. Os cânones conciliares orientais, africanos, gauleses e espanhóis, compunham a primeira parte.

           

112. 2.- É formada por Decretais de papas.

            Essas duas partes eram elaboradas cronologicamente.


            113.Posteriormente a Hispana foi apresentada em duas versões, uma chamada “Cronológica”  e outra chamada “Sistemática” .


114. Dessas duas versões, a que realmente é importante, é a Cronológica, porque se apresenta de forma mais sistemática para sua utilização. Ela também é divida em duas partes:

            115. Na primeira parte temos o prefácio, um índice, as normas dos concílios orientais até Calcedônia, a epístola de Atiço que era Patriarca de Constantinopla, oito Concílios Africanos, dez Gauleses, quatorze Ibéricos.

           

116. Na segunda parte, as Decretais desde o Papa Damaso, até Gregório Magno.

            A principal fonte é a “Dyonisiana”. O único problema é que, como era muito extensa, o seu manuseio era complicado.

           

116.Até aqui, estamos na Igreja Continental.

            A partir daqui veremos algumas coleções da Igreja Insular que compreende a Grã Bretanha e a Irlanda, com outro sistema.

 

            IGREJA INSULAR

            117. Não há produção canônica propriamente dita, porque aqui a influência do direito consuetudinário ainda é muito grande.

            -é uma Igreja formada basicamente por grandes mosteiros

 

118.encontra-se “ produção”  canônica que se dá através de “indicia”  e “dicta”. A indicia, são textos da Escritura e dos Santos Padres. Os dicta são máximas atribuídas a Santos ou pessoas com autoridade notória.

           

119.A grande produção da Igreja Insular são os “Livros Penitenciais”  que traziam normas e preceitos para a vida, não só religiosa, como também civil e normalmente de caráter restritivo.

 

120.Uma coleção, os “Penitenciais Célticos”, da Igreja Irlandesa.

·         Os Livros do “Abade São Columbano”    . Todos eles tratam de tarifas penitenciais e de normas disciplinares.

·         Penitenciais de Cumeano (“iudicia”) – vícios e maus costumes

 

121. Penitenciais de Teodoro de Cantuária que também são “iudicia” e este tem uma particularidade, que é a admissão do divórcio, só nos casos de adultério, para o cônjuge não culpado.

 

122. A mais importante de todas elas é a Coleção Irlandesa. Essa coleção também é coleção penitencial, com textos divergentes porque tenta reunir uma série de coisas, com normas para a vida civil e a disciplina eclesiástica.

 

123. O autor é desconhecido. Na realidade, é uma tentativa de se estabelecer uma relação entre a Teologia Moral e o Direito Canônico.

 

COLEÇÕES DA GÁLIA

 

124. Nos séculos V e VI, ocorre um grande número de concílios regionais e com isso temos uma grande atividade jurídica e a presença de compilações onde a principal coleção é a “Statuta Ecclesiæ Antiqua”.

 

125. Existem várias outras coleções, ou dependentes desta ou coleções espúrias que tiveram pouca influência, mas as principais coleções são:

·         “Arletatense” ou “Livro dos Cânones” ou “Das Autoridades”

·         “Corbiense”

·         “Coloniense”

·         “Laureshamense”

·         “Lionesa”

·         “Reims”

·         “São Mauro”

·         “Pithou”

·         “Bigot”

·         “Diess”

·         “Santo Amândio”


                        IDADE MÉDIA E REFORMA CAROLÍNGIA

 

 

            126. No século VIII, Bizâncio deixa de atender às necessidades  da parte Ocidental do Império e temos a decadência dos merovíngios (Dinastia dos francos, assim chamado por causa do seu fundador meroveu Séc. 5 d.c) na França.

 

127.No final do século VIII surge a figura de Carlos Magno, em 25.12.800 que foi coroado em São Pedro pelo papa Leão III imperador do Sacro Império Romano.

 

128. Ele se coloca como protetor da Igreja e novamente teremos leis eclesiásticas publicadas como leis do Império.

 

129. Ele começa a interferir na parte da educação e da disciplina eclesiástica. Ele se cerca de alguns estudiosos e tenta restaurar a disciplina e nesse período surgem novas coleções.

           

130. Temos três fatores novos, do surgimento das reformas:

            -a entrada em massa dos povos germânicos na Igreja

            -a usurpação dos bens eclesiásticos por parte dos leigos

            -a reforma do clero que estava decadente e promíscuo

            -a ação dos missionários irlandeses incentivados por S.Patrício que vão evangelizar o norte da Europa.

           

131. Essas são as causas para a reforma carolíngia e o surgimento das coleções.

            No tempo de Carlos Magno surgiram as seguintes coleções: (p. 63 e 64)

            -Andegavense II – com base na Dionisiana, com 64 capítulos.

            -Herovaliana com 23 capítulos, dependentes da “Vetus Gallica”  e da “andegavense II”.

            132. Penitenciais irlandeses – surgiram vários penitenciais, com origem nos monges irlandeses.

           

133. A coleção mais importante dessa época é a chamada “Dionísio-Adriana”, que é uma recompilação da Dionisiana entregue a Carlos Magno pelo Papa Adriano I, por que nesse período o Imperador era a máxima autoridade civil e o Papa a máxima autoridade religiosa universalmente aceita.

 

134. A “Dionisiana” era a coleção mais antiga aceita. Só que, por inspiração do Papa essa recompilação traz algumas novidades, não era a reprodução pura a simples da Dionisiana.

            135. Conteúdo da “Dionísio-Adriana”:

            -Restrição aos “Cânones dos Apóstolos”, aos cânones do Concílio de Nicéia e de quase todos os Concílios antigos e com isso reduz muito a abrangência da coleção inicial.

            -Corta, literalmente, os cânones do I Concílio de Constantinopla e acrescenta o símbolo de fé e os cânones de Calcedônia.

-Muda a colocação dos concílios africanos

-Acréscimos de várias constituições. O Papa Zózimo, o Papa Leão , o Papa Hilário, o Papa Simplício, o Papa Felix III, o Papa Símaco, o Papa Hormisdas e o Papa Gregório II.

 

136. Com isso a “Dionísio-Adriana”, tornou-se o “Código de Cânones” da Igreja, com legislação complementar com outras normas não incluídas, mas aceitas nas várias regiões.

 

137. Outra coleção importante na época é a Coleção Hispana e aqui temos novas situações eclesiais e portanto não atingidas, não abrangidas pela Dionísio-Adriana.

 

138.. Carências da Adriana – regimentos disciplinares para clérigos e leigos.

-adaptações novas do Direito antigo.

 

            139. Hispana – complemento lógico da Adriana e passa a se chamar Adriana-Hispana, também chamada Dacheriana.

            É dividida em alguns livros:

            1.-Trata da penitência e do matrimônio.

            2.-Processual

            3.-Ordenações dos clérigos e Bispos com suas regras e privilégios respectivos.

           

140 Aqui se tem a pretensão da reforma disciplinar da Igreja, porém os livros penitenciais continuam existindo ao mesmo tempo (o que não estava no livro não era pecado e as penitências já vinham prontas).

 

141. Esses livros têm uma característica, que é a negativa dos anteriores, apresentando-se como os únicos corretos. Existem alguns famosos:

            -“Penitencial de Hathigar” (Bispo de Cambrai)

            -“Penitencial Quadripartido”  de autoria anônima

            -“Penitencial do Pseudo-Teodoro”  também de autoria desconhecida

            -dois “Livros Penitenciais Hrabano Mauro” (Bispo de Mogúncia, na Alemanha, atual Mainz)

            142 Junto com os livros penitenciais, os Bispos, temendo erros, fazem com que editem regra: - Capítulos dos Bispos – que normalmente eram provenientes de concílios diocesanos e provinciais.

 

143.Nessa época a interferência da Sé Romana não era muito sentida e ocorria apenas nas controvérsias e quando a disciplina geral exigisse.

 

                                  

 

            144. As coleções espúrias

 

            145. No século XI começa a se acentuar o declínio do papado e começa um período terrível para a história da Igreja, inclusive com os antipapas, com a intervenção do poder civil no papado.

           

146. No século X conhecido como o século de ferro, acontece à decadência total e as coleções que eram famosas e o Direito antigo também já não tinha mais eficácia porque diante da situação nova, as coleções antigas se tornaram obsoletas.

           

147.Começa uma tentativa de reformas onde os autores usando de um modo ou de um meio não muito honesto, criavam coleções com ares de autenticidade. Começam as falsificações que eram muito bem feitas.

           

148. Um dos pontos que essas falsificações atingem é sobre a investida contra a interferência dos leigos nas questões eclesiásticas.

 

            149. Pretensões negativas

            No sentido de negação – principalmente proibir os clérigos de participação na vida civil; recuperar os bens eclesiásticos usurpados; foro exclusivo para as questões eclesiásticas.

           

150. Pretensões afirmativas

            -validade da hierarquia eclesiástica tendo no topo o Sumo Pontífice (sendo uma tentativa de recuperar o prestígio do papado) como instância inapelável.

            -recuperação do poder dos Bispos, nas suas dioceses, sem interferência dos metropolitas.

            -recuperação da obediência de clérigos e leigos ao Bispo

            -contra a isenção dos mosteiros (isenção da autoridade do Bispo)

           

151. Aqui a mentalidade era de que o fim justificava os meios – então podemos falsificar. Citavam-se coisas como se fossem textos das escrituras, dos Concílios, etc.

                       

            152. O grande segredo foi o sigilo sobre a autoria pois até hoje é problema tentar identificar os autores das falsificações e percebe-se que eram vários os colaboradores e que fizeram pesquisas em vários lugares e arquivos, e tudo era guardado em fichas nas cartotecas.

 

153. Eles selecionavam as que atendiam aos seus propósitos e expurgavam as indesejáveis.

 

154. As correções encerravam as fraudações e retocavam o material de modo que transparecesse a pseudo-antiguidade e a falsa genuinidade dos textos.

 

            155.Coleções Apócrifas

            -Hispana Augustodonense – por causa da cidade de Augusta - que tem como base a Hispana Cronológica com as correções que interessavam ao autor.

           

156.Capitula Angilramni – principal objetivo era impedir a intromissão dos leigos nos assuntos eclesiásticos.

           

157.-Capitularia de Benedito Levita – aqui surge o problema das relações com o poder civil.

           

158.-Pseudo Isidoriana com três partes:

             -prefácio

             -correspondência entre Aurélio (Bispo de Cartago) e o Papa Dâmaso e totalmente apócrifa.

             -50 cânones dos Apóstolos, totalmente falsos.

           

159. -Donatio Constantiniana que é a maior falsificação do direito canônico – fls. 81.

 

            160.     A universidade de Bolonha foi a primeira do mundo e lá havia um monge chamado Graciano que elaborou grupos de alunos para pesquisa que deu origem à
”Concordantia discordantium Canonum” (Concordância dos Cânones Discordantes).

 

161 Isto é um trabalho de cunho privado onde foram usadas coleções autênticas mas também coleções falsificadas. Isto foi tão bem feito que foi assumido “de facto”  pela Igreja, baseado na autoridade dos Papas .

           

162.Esse trabalho é dividido em três partes:

            -A primeira, contém 101 distinções – “distinctiones”.

            -a segunda parte em 37 “causæ”  desdobradas em “quæstiones”  que por sua vez são desdobradas em cânones

            -a terceira parte, “De consecratione”.

            Depois foram sendo agregadas ao “Decretum”  as Decretais:

            -Liber Extra

            -Liber Sextus

            -Decretales

            -Extravagantes

                       

            Líber Extra – é iniciativa de Gregório IX

            Líber Sextus – é de Bonifácio VIII

            Decretales – são de Clemente V

            Extravagantes – são de duas pessoas: João XXII e as Comuns ou “Comunales”.

            Isto tudo vai dar origem ao “Corpus Iuris Canonici” e isto vai até o Concílio de Trento (1545-1563) – com definições doutrinais e definições disciplinares.

 

163.A aplicação desse concílio ficou por conta da Cúria e dos Bispos. Uma das mais bem feitas aplicações do Concílio de Trento está nas “Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia”, de D.Sebastião Monteiro da Vide – 1707 – Edição de 1853.

 

                                  

            164. Em 1580 Gregório XIII promulga o “Corpus Iuris Canonici”  pela Constituição “Cum promunere”  e ele acaba se tornando o corpo legal da Igreja ate 1917 e uma de suas características e a regulamentação dos decretos do Concilio de Trento porque o Concilio tinha que sofrer adaptações de acordo com a realidade.

           

            165. Em 1707 por delegação do Rei de Portugal, D.Sebastião Monteiro da Vide o quinto Arcebispo da Bahia, promulga um dos mais bem feitos corpus jurídicos da Igreja: “Constituições Primeiras do Arcebispado da Bahia” (1853 melhor edição), que é a aplicação do Concilio de Trento.

 

166. Ele convidou todos os Bispos do Brasil e da África para o Sínodo e para fazer essa aplicação. Ninguém quis participar do Sínodo e assim ele fez o Sínodo só com seus sufragâneos.

           

167.Na pratica, isto valeu para a Igreja do Brasil ate 1917 – mais ou menos 300 anos.

            168. Nessas Constituições existe a relação dos pecados contra o Espírito Santo.

           

169. Em 1869 começa o Concilio Vaticano I inclusive com algumas definições. Por essa época temos na Europa a febre dos códigos. Manifesta-se a necessidade que a Igreja teria da existência de uma coleção única, autêntica e sintética de Direito Canônico e que valesse para a Igreja inteira.

           

170. A Igreja pensa, então, em 1903, em um Código de Direito Canônico e Leão XIII morre e Pio X em 1904 incumbe o Cardeal Gaspari de elaborar um Código. Esse trabalho dura 15 anos.

171. Benedito XV, no dia 27 de maio de 1917 promulga o “Codex Iuris Canonici”  para vigorar em 19 de maio de 1918.

 

172. Com isto se rompe a tradição das coleções e compilações. O CIC/17 tinha a pretensão de valer para o mundo inteiro : cristãos em geral e não cristãos.

           

173. Esse código vai ter algumas características:

            a)excessiva centralização romana

            b)os Bispos eram simples delegados do Romano Pontífice (os Bispos não podiam dispensar nem mesmo dos impedimentos matrimoniais que são as coisas mais comuns no dia a dia da Igreja).

            c)como reação ao Modernismo, o Código não acolhe as contribuições de outros campos de conhecimento.

            d)não há direito novo (talvez esta seja a mais marcante) apenas uma redação nova para o direito antigo. Tanto é que não se podia usar o conhecimento da época para interpretar.

            Isto vigorou ate 1983.

           

174. A partir da segunda metade do século XIX começam as mudanças e os avanços e para a Igreja isto é muito complicado.

 

175. Esses avanços entram pelo século XX. Os tribunais começam a se antecipar à legislação e assumem os avanços.

           

176. Em 25.01.1959, João XXIII faz três propostas:

            -um Sínodo para a diocese de Roma

            -um Concilio para o Vaticano

            -A reformulação do Código e nomeou uma comissão para isso.

           

177. O Concilio terminou em 1965 e em 1967, Paulo VI nomeia o Cardeal Ciriaci presidente da Comissão de Reformulação, não para reformular o direito antigo, mas para levar em conta as contribuições do Vaticano II e todas as contribuições cientificas, desde que não contrarias à doutrina da Igreja.

           

178. Também em 1967 o Sínodo dos Bispos aprova os 10 princípios orientadores dos trabalhos:

            -manter-se a índole jurídica do CIC

            -nunca houve uma coordenação entre os dois foros – interno e externo, porque o antigo dividia a pessoa em duas – necessidade dessa coordenação.

            -que o direito tenha índole pastoral

            -transformação em faculdades ordinárias, daquelas que eram extraordinárias aos Bispos – hoje as reservas são pouquíssimas.

            -observação do principio da subsidiariedade e da descentralização

            -definição e garantia dos direitos das pessoas – (somos todos iguais na essência) dentro de sua igualdade essencial e a diversidade entre os fieis.

            -melhoria da tutela processual nos direitos subjetivos         

            -distinção entre as funções legislativa, executiva e judiciária.

            -revisão do principio da territorialidade

            -redução das penas latæ sententiæ a poucos casos

            -disposição nova do CIC, diferente da do Direito Romano.

            179. Em 25.01.1983, João Paulo II pela Constituição Apostólica “Sacræ Disciplinæ Leges”, promulga o novo CIC com vigência para o primeiro domingo do advento: 27.11.1983.

 

180. Um dia antes, o Cardeal Ratzinger publica uma instrução sobre a maçonaria.

 

181. A fonte do novo CIC é o Vaticano II e a chave para interpretação são os documentos do Vaticano II e aqui se pode dizer que há direito novo.

           

182.No Vaticano II mudou-se também a mentalidade.

            O Papa João Paulo II vai dizer que o CIC é o ultimo documento do Vaticano II.

            Hoje, para sermos pastores do povo de Deus, temos três instrumentos:

           

183. 1.-A Revelação – Escritura, tradição, com o auxilio do magistério.

            2.-Os documentos do Vaticano II

3.-O CIC/83.

 

                                              

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